quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Jerónimo de Sousa, em Ponte de Sor, contra gestão privada da água

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, mostrou-se hoje contra a gestão privada da água, uma medida que, considerou, prejudica as populações que vivem fora dos centros urbanos.
Jerónimo de Sousa falava durante uma acção de campanha em Ponte de Sor, distrito de Portalegre, a propósito do Dia Nacional da Água que hoje se assinala.
Para o dirigente comunista, "existem apetites muito grandes por parte do poder económico para a privatização da água, para transformar este bem da Humanidade, sem o qual não se pode viver, num negócio que pode ser chorudo".
"Aqui no Alentejo começa a haver movimentações no sentido da chamada empresarialização da água. Agora já estão a pensar na empresarialização em baixa, procurando obrigar as pessoas a ficar dependentes de um negócio nas mãos de uma qualquer multinacional", afirmou.
Jerónimo de Sousa afirmou que a presidência socialista da Câmara de Ponte de Sor não demonstrou até agora ter uma "posição segura" na defesa da água pública, mas considerou que se a gestão da água fosse privatizada neste concelho, "a água não chegaria a todo o concelho, porque não seria rentável, tendo em conta o território, a população dispersa".
"Se eles pudessem, usariam esse bem precioso para dar lucro nas partes mais urbanas, mas abandonariam as zonas mais desprotegidas", afirmou, acrescentando que "a defesa da água pública" é uma proposta da CDU e é uma questão que também vai estar em jogo nas eleições de dia 11.
O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou-se hoje confiante na vitória da lista da CDU à Câmara de Ponte de Sor, o que permitiria ao cabeça-de-lista retomar o lugar que foi do seu pai até 1993.
Numa acção de campanha, em que contactou populares e comerciantes de Ponte de Sor, o secretário-geral comunista destacou a "lista boa e bonita" que concorre à autarquia, gerida há quatro mandatos pelo PS.
O número um da lista comunista, João Pedro Amante, 35 anos, quer recuperar o lugar que o seu pai ocupou entre 1979 e 1993, mas garante que agora "os tempos são outros".
"Todos nós somos filhos de alguém e nascemos nalguma terra. Isso não deve ser redutor para participarmos ou não. Não sou o meu pai, os tempos são outros, o projecto da CDU é outro. Sinto o orgulho normal de ter um pai que participou na vida pública. Não me sinto preso a nada", afirmou aos jornalistas João Pedro Amante, actualmente vereador na Câmara de Ponte de Sor.
Nas eleições autárquicas de 2005, o PS conquistou neste concelho quatro mandatos, com 54 por cento dos votos, enquanto a CDU obteve dois lugares na vereação, com 24 por cento dos votos.
Entretanto, a CDU ficou em primeiro lugar nas eleições europeias, em Junho, e subiu nas legislativas de domingo passado, dados que "motivam" os candidatos, afirmou João Pedro Amante.
"Somos o voto útil em Ponte de Sor para mudar a gestão municipal. Não podemos estar mais quatro anos com a gestão desgastada e sem inovação", considerou.
Num concelho que tem sofrido um "impacto muito grande" com o despedimento de "mais de quinhentas pessoas" da Delphi, João Pedro Amante considera que "nenhum autarca pode dizer que traz para este concelho esta ou aquela empresa".
"Se há, é demagogia", disse, defendendo medidas do governo sobre os processos de descentralização e uma outra política da União Europeia nos apoios à instalação de empresas noutros países.

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