Entrevista de Joaquim Manuel Lopes ao DN

Casado e com um filho, Joaquim Manuel Nunes Lopes é um militante da "velha guarda" do Partido Comunista. Começou pela União dos Estudantes Portugueses (UEP), depois seguiu-se a entrada na Juventude Comunista. O passo seguinte foi a adesão ao PCP. Tinha 17 anos. E assegura que não houve influências nem de amigos nem de familiares, apenas uma "opção individual" justificada pelo exemplo de muitas pessoas da terra onde nasceu, Montargil, e que "passaram muito mal no tempo da clandestinidade".

O cabeça de lista da CDU por Portalegre é engenheiro técnico agrário, desempenhando actualmente funções como adjunto do presidente da Câmara Municipal de Avis - um dos municípios onde o PCP alcança os melhores resultados a nível nacional - e coordenador da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) no Alentejo.

A sua experiência política inclui uma passagem de oito anos pela Câmara Municipal de Ponte de Sor, onde foi vice-presidente e vereador, membro da Direcção Regional do Alentejo do PCP e diversas candidaturas à Assembleia da República pelo partido em que milita. Agora, pela primeira vez, surge como cabeça de lista e acredita que irá conseguir um lugar no Parlamento.

Antigo professor do ensino secundário e do profissional, dirigente do Sindicato dos Professores da Zona Sul e fundador da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Montargil, Joaquim Lopes faz parte dos órgãos sociais de mais de dez associações ligadas à agricultura e ao mundo rural e é vice-presidente da Trilho, uma associação para o desenvolvimento rural com sede em Évora.

Entre as suas preocupações está o que considera ser o "abandono deliberado do mundo rural", do qual resulta a necessidade do País "comprar ao estrangeiro cerca de 80 por cento do que consome, ao mesmo tempo que abandona dois terços do território".

O candidato gosta de passar os tempos livres numa pequena propriedade localizada nas proximidades da terra onde nasceu, Montargil.